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terça-feira, 20 de novembro de 2012

LEITURA ANALÓGICA INFERENCIAL (Texto experimental)


Novembro/2012


O presente estudo principiou ao se assistir ao filme “O palhaço” de Selton Mello. O fato de o personagem buscar sua carteira de identidade, faz com que se infira de forma analógica que o mesmo busca a sua identidade, em seu sentido mais amplo de busca da constituição do sujeito. Nesse caso há de se ter um conhecimento prévio de “carteira de identidade”, “identidade” no sentido sociológico e psicológico, assim como o de “constituição do sujeito”.
No dicionário digital Aulete, o sentido de analógico em Física e Matemática é “referente ou próprio de método de cálculo que emprega , para a resolução de um problema, a sua semelhança ou relação com medidas contínuas de fenômenos fisicamente diferentes”.
Azevedo (2010 p. 3) em seu Dicionário analógico da língua portuguesa, trata da analogia como encadeamento, conexidade, conexão, ligação, dentre outros sentidos, no que diz respeito a relação. Quando trata de interpretação (p.225) dentre outros significados de analógico, fala de dedução, inferição, decodificação.
De acordo com o site de filosofia (Raciocínio s/d. s/p.) raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido. No raciocínio analógico compara-se uma situação conhecida com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, aplicando a elas as informações previamente obtidas quando da vivência direta ou indireta da situação-referência. Usa-se como ponto de apoio aquilo que é familiar na formação do conhecimento. É afirmado no texto que “a analogia é um dos meios mais comuns de inferência, e além de ser fonte de conhecimento do dia a dia, tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e das artes”.
Segundo Carmo (2011 s/p) a construção do conhecimento  da leitura da imagem inicia-se com a leitura do campo estrito do objeto, que nada mais é que a descrição da cena que se tem diante dos olhos. Logo a seguir, usando  conhecimentos prévios, culturalmente estabelecidos, contextualiza-se essas informações objetivas que se tem da descrição, e tem-se uma leitura subjetiva da imagem, que é o campo contextual. E a partir desse momento a mente remete a outros momentos semelhantes que já se viveu, reconhecendo e rememorando. E esse símbolo que é a imagem passa a ter um significado, que fala ao íntimo, e reforça uma ideia. “O treino de uma percepção visual aliada ao capital cultural pode  ajudar na leitura de uma imagem, mesmo sem muito conhecimento técnico sobre a fotografia ou a pintura”.
Dessa forma usa-se a analogia para fazer a leitura de uma imagem. A mente faz uma descrição da imagem, com informações objetivas (campo estrito do objeto), em seguida essas informações são contextualizadas, por meio de conhecimentos prévios, dentro de determinada cultura, proporcionando uma leitura subjetiva da cena observada (campo contextual) e em um átimo reconhece-se e rememora-se, remetendo a um momento análogo, o que provoca o despertar de determinadas emoções ao fazer essa conexão. O mesmo ocorre com um som ou um texto, provocando o fenômeno da interatividade.

REFERÊNCIAS

AULETE. Dicionário digital. Disponível em <www.aulete.com.br>. Acesso em 20 nov 2012.
AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Dicionário analógico da língua portuguesa: ideias afins/thesaurus. Rio de Janeiro: Lexicon, 2010. 2ª ed. 800 p.
CARMO, Josué Geraldo Botura do. Leitura de imagem. Educação&Literatura. Maio de 2011. Disponível em <www.educacaoliteratura.com.br/index%20196.htm> Acesso em 20 nov. 2012.
PALHAÇO (o). Direção Selton Mello. Produção Vânia Catani. Brasil: Imagem Filmes, 2011. 90 min. Color.
RACIOCÍNIO Lógico. Lógica de Argumentação. Disponível em
<estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica-argumentacao.pdf> Acesso em 20 nov. 2012.










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